terça-feira, 1 de maio de 2012

Antonella Yllana: a nova colunista do Jornal DezColado

Reconhecida internacionalmente, Antonella terá uma coluna de espiritualidade e bem estar

A escritora carioca Antonella Yllana, recebeu nossa equipe em seu refúgio em Arraial D’Ajuda. Com um lindo sorriso e serenidade que passa paz a quem se aproxima, ela nos concedeu uma entrevista exclusiva. Na ocasião, falou do caminho que percorreu para o autoconhecimento, sua carreira, um pouco do seu dia a dia e sobre a sua coluna no Jornal DezColado que estreia na próxima edição.

Arraial D’Ajuda

Antonella nasceu no Rio de Janeiro e sempre viveu perto da praia, mas com o sonho de viver no litoral sul da Bahia. Desde os seis anos, quando veio Arraial D’Ajuda pela primeira vez, a escritora passava férias com a família nesta região. Ela conta que, depois que terminou a escola na Alemanha, viajou pela Europa, Brasil e, quando passou por aqui, se apaixonou. “Foi uma coisa sem explicação”, afirma.
                         

Coluna no Jornal DezColado

“Recentemente estava fazendo o lançamento de um livro em São Paulo e uma amiga, que é psicóloga e também estava trabalhando com divulgação de textos, me chamou para fazer um trabalho como este. Lembrei-me da coluna de um psiquiatra, que se chama Goldin (referindo-se a Alberto Goldin), que escreve para o Globo. Sempre que eu lia ficava fascinada, porque ele escrevia de forma poética e eu achava muito bacana. E eu queria escrever numa versão como essa, que ao mesmo tempo é interativa, porque a pessoa pode me escrever uma carta, um email, e vou respondendo, no meu caso, inspirado em uma carta de tarô. Eu tiro uma carta, ou duas para a pessoa e digo o que esta carta me inspirou e o que sinto em relação ao que a pessoa está me escrevendo. Assim a coluna ajuda as pessoas e ao mesmo tempo informa as pessoas sobre a vida. Das várias questões que já surgiram são sobre amor, sexualidade, espiritualidade... A coluna vai às questões profundas das pessoas”, explica.  

Como suas publicações ajudam as pessoas

Durante a sua busca por autoconhecimento, Antonella conta que teve momentos de depressão muito séria a ponto de não conseguir se mexer. “Eu olhava para o mundo, para as pessoas, e tudo era muito difícil e os livros me ajudaram muito. Eu posso dizer que alguns livros, alguns textos que eu li, salvaram a minha vida e de alguma forma me inspiraram a mudar, a buscar... Então eu sempre escrevia. Este é um dom e eu sinto que posso fazer. E se os livros fizeram tanto por mim, se eles de certa maneira salvaram a minha vida, se uma única frase que eu escrever puder dar uma idéia, trazer um conforto, uma inspiração para alguém, já vai ser muito bacana. A idéia é fazer pelos outros o que fizeram por mim”, disse ela.
                          

Antonella no dia a dia

Quando questionada sobre como é a Antonella no dia a dia, ela foi enfática. “Não sou uma pessoa fácil de conviver, tenho muitos altos e baixos... mas ao mesmo tempo eu pratico muita meditação, eu faço yoga, capoeira com o mestre Railson, o qual eu adoro e escrevi um livro sobre ele também. Enquanto meu marido está pintando, eu estou escrevendo”, afirma.

Ela também aproveita seu tempo fazendo energy couting com cartas de tarô. Este é um trabalho energético que, “ajuda a pessoa a desbloquear os caminhos da pessoa, para fluir melhor na vida, olhar para todas as áreas da vida”, e envolve várias técnicas. Antonella também trabalha como interprete para xamãs, monges, terapeutas, hipnoterapia...

“O caminho da Antonella é amar a vida. É conseguir amar a vida tanto que vale a pena ter vivido. Que quando você olha para traz você diz: “nossa, que vida bacana que eu tive”. Não é que seja fácil, tem dificuldades, mas eu acho que a grande coisa é você saber como lida com essas dificuldades. Tem gente que torna a dificuldade um demônio. Eu considero as dificuldades desafios. Eu acho que a dificuldade vem para te ensinar alguma coisa”.

Sobre caminho para o autoconhecimento

“Não existe um caminho para o autoconhecimento. Em algum lugar ouvi que ‘há tantos caminhos para Deus como existem pessoas’. Cada pessoa tem um caminho diferente para Deus. Então você tem que achar, escutar a voz do seu coração, entrar em contato com o seu coração, e este é o grande autoconhecimento. Deus está aqui dentro (referindo-se ao coração). Ele está aqui fora e aqui dentro. Quando você perceber que tudo que acontece lá fora tem alguma coisa a ver com o que está acontecendo dentro, você começa a ficar curioso, aí o seu caminho começa, você começa a querer saber por que aquilo está acontecendo, aí você vai olhar para fora e ver que tem isso ou aquilo que não está resolvido e tem que resolver”.

Mensagem para os leitores
Faça tudo com amor! Se você fizer realmente tudo com amor, você vai mudar sua vida. O amor é a força mais milagrosa. O amor é tudo. Isso não é nem meu, foi minha mãe que disse para mim e isso foi a grande lição da minha mãe.

___________

Busca por autoconhecimento

Com 11 anos de idade, Antonella relata que se deu conta que “iria morrer” e começou a chorar muito. “Sempre aconteciam essas coisas. Quando eu via que tinha uma guerra, por exemplo, eu chorava muito. Eu sempre me questionei muito sobre as coisas, então minha busca pelo autoconhecimento foi natural”, explica. Quanto terminou o ensino médio, seus questionamentos a levaram a não se firmar onde estava e procurar.  Dentre estudos de psicologia, leituras diversas, sua espiritualidade reforçada na Bahia, aprofundamento dos estudos do tarô, em 1999, a escritora fez o Caminho de Santiago pela primeira vez. Sozinha e caminhando por 50 dias.
O Caminho é uma ancestral rota de peregrinação que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela, no extremo oeste do Reino da Espanha, onde se acredita estar o túmulo do apóstolo homônimo. Segundo Antonella, essa viagem mudou sua vida completamente.
“No caminho ouvi um chamado de pessoas que me disseram que deveria ir a caverna de um santo. Para ir neste local, era uma estrada não sinalizada e há 2 km da primeira cidade, mas eu fui lá e dormi sozinha. Comecei a sentir um medo grande e depois de reclamar muito, dormi e tive um sonho. Estava em uma capela e no sonho acordava nela com um barulho e muito medo. Abri a porta e tinham muitas crianças e atrás delas uma luz. Um menino vinha até mim e me perguntava  se eu morava ali, eu dizia que sim, que aquela era minha casa. Em seguida todos eles começavam a cantar juntos “Graças ao Senhor” e acordei no meio da noite. Eu já não sentia medo”, revela. 
Ao final da peregrinação, a escritora afirma que se descobriu outra pessoa. “A principal mudança foi ver que, a maneira como você vê o teu mundo, muda o teu mundo. A maneira como você sente o teu mundo, muda o teu mundo. Quando a gente fala em mudar o mundo não é tanto o que está acontecendo lá fora, e sim o que está acontecendo dentro de você. A partir do momento que você começa a mudar dentro, você muda em volta de você. É incrível como as pessoas em volta começam a mudar também, porque você não é mais a mesma pessoa. Então sempre quando você está reclamando dos outros (marido, filho, papagaio...) a questão é dentro de você”, revela.





Paulo Coelho

“Eu conheci o Paulo através de uma mágica”, afirma Antonella.  Segundo ela, na mesma época que começou a sua busca, sonhava e tinha visões com o escritor. Isso ocorreu na mesma época que mudou para a Bahia.
“Comecei a procurar por ele, escrevi um email do computador e email de um amigo, já que eu não tinha email, e ele não respondeu, já que milhões de pessoas o escrevem. Fui visitar um amigo no sul e meu ex marido, à época foi para o Rio. Eu pedi a esse amigo que rezasse comigo para que eu conhecesse o Paulo Coelho. Era um sábado e estávamos no alto de umas rochas, o mar batendo na rocha, demos as mãos, juntamos as testas e rezamos para isso. No domingo me ligaram aqui da Bahia informando que o Paulo Coelho respondeu. No email avisou que conheceu o Sandro, meu ex marido, e me perguntando o que poderia fazer por mim. Liguei para o Sandro e ele me disse que estava na praia, cruzou com Coelho e falou que eu vinha procurando por ele e queria conhecê-lo”.
O mais impressionante ainda estava por vir. “Descobrimos tudo aconteceu no mesmo momento que eu estava rezando”, revela. Desde então, os escritores trocaram emails, se conheceram e continuaram mantendo contato até hoje. “E neste livro específico (A Ciência da Paixão) ele falou que adorou e pediu para usar uns trechos, eu disse, claro!  - os trechos foram usados no livro Onze minutos de Paulo Coelho”, completa.

Texto: Kássia Luana
Fotos: Rogério Naba
Quadros: Florencio Yllana

Nenhum comentário:

Postar um comentário