terça-feira, 31 de julho de 2012

Em Ilhéus, Caetano Veloso é uma das atrações do Festival “Amar Amado”

Quatro grandes shows musicais estarão agitando a programação do Festival “Amar Amado”, ponto alto das comemorações alusivas ao centenário de nascimento do escritor Jorge Amado, que acontecerá no período de 4 a 12 de agosto. Além da presença de grandes nomes da MPB, o festival também será marcado por palestras, filmes, cursos, saraus, peças teatrais e ciclos literários. Segundo a Fundação Cultural (Fundaci), os eventos serão gratuitos e acontecerão em diversos pontos, como o Quarteirão Jorge Amado, o centro de convenções Luís Eduardo Magalhães, os prédios históricos e as ruas e avenidas da cidade.
De acordo com a programação divulgada, neste sábado (4), a partir das 22 horas, no palco principal instalado na praça Dom Eduardo (praça da Catedral), o público regional terá a oportunidade de conferir toda a versatilidade do cantor e compositor Moraes Moreira. No mesmo local e horário, também estarão se apresentando a cantora Margareth Menezes (dia 9) e a família Caymmi (dia 11). No dia 10 de agosto, quando Jorge Amado estaria completando 100 anos, as homenagens ao escritor contarão com um grande show de Caetano Veloso.
O Festival “Amar Amado” será aberto às 16 horas deste sábado (4) com dois eventos: um sarau na praça Pedro Matos (Praça do Teatro) e uma visitação à Exposição “Orixás”, de Osmundinho Teixeira, na Casa de Cultura. Meia hora depois, na galeria do Teatro Municipal, o público terá a oportunidade de conferir a abertura da exposição “Amadas Paisagens – Um encontro entre artistas” e o painel fotográfico “O Amado e Eu”. Na sequência, por volta das 17 horas, o auditório da Fundação Cultural estará abrigando um Workshop de Arranjos para Orquestra com o maestro Ubiratan Marques. Seguindo, às 19 horas, no Teatro Municipal, acontecerá a abertura oficial do evento com o pronunciamento de autoridades e uma homenagem à família Amado e à ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Ainda no TMI, às 19h30min, “Leitura Amadiana com Jorge Amado Neto” e, às 20 horas, a apresentação da Orquestra Afro Sinfônica. Concluindo a programação do dia 4, no palco principal da praça da Catedral (Praça D. Eduardo), mais dois eventos: apresentação cultural com artistas da terra, às 21 horas, e show com o cantor e compositor Moraes Moreira, a partir das 22 horas.
Biografia - Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, distrito de Ferradas, município de Itabuna, Sul da Bahia. Filho do cacauicultor João Amado de Faria e de d. Eulália Leal Amado, Jorge passou a infância em Ilhéus. Já em Salvador, fez os estudos secundários no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga. Neste período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária local, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.
Publicou seu primeiro romance, O País do Carnaval, em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Neste mesmo ano, publicou seu segundo romance, Cacau. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, Jorge foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de Matilde Rosa.
Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei (que continua em vigor até hoje) que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai. Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, seu primeiro filho com Zélia, o PCB foi declarado ilegal e seus membros perseguidos e presos. Jorge teve que se exilar com a família na França, onde ficou até 1950. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu em Praga, onde nasceu sua filha Paloma. Retornando ao Brasil em 1955, o escritor se afastou da militância política, embora tenha continuado nos quadros do Partido Comunista.
Imortal – Após o afastamento da militância política, Jorge Amado passou a dedicar-se integralmente à literatura. Em 6 de abril de 1961, foi convidado para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e, por primeiro ocupante, Machado de Assis. A obra literária de Jorge conheceu inúmeras adaptações para o cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos em 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de áudio-livro. O romancista morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Seu corpo foi cremado e suas cinzas enterradas no jardim de sua residência, na Rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, no dia em que completaria 89 anos.
Ascom

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