quarta-feira, 17 de junho de 2015

Coluna Dez: Moderna Violência Urbana


     Nos últimos vinte anos a sociedade brasileira vem experimentando um crescimento exponencial da violência nos centros urbanos. Violência numa versão contundente, que atinge em especial uma juventude ‘desesperançosa’ e com rejeição social e, por vezes, familiar. Os números alertam e apontam para a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas direcionadas a esta faixa e extrato da população com visíveis sinais de pobreza e desestruturação, dando-lhes oportunidade de acesso a educação, cultura, lazer, trabalho e renda.
      Não se pode olvidar que essa violência a que me refiro, guarda estreito vínculo com as drogas, dado que esta é o principal vetor daquela.
      As drogas, sobretudo o “Crack”, é uma das substâncias entorpecentes mais nocivas à saúde humana e os nossos jovens estão morrendo todos os dias, estão morrendo em tenra idade, estão matando, sequestrando, estuprando, roubando e praticando todo tipo de atrocidade para adquirir a droga, por que não pagou a droga ou por que estão usando a droga. O estado brasileiro através das forças policiais não consegue conter um ingresso das drogas em nosso país, não consegue evitar que as drogas alcance a grande massa de consumidores, que são as crianças, os adolescentes e os jovens adultos. O Brasil é o maior consumidor de crack do mundo e não podemos nos acomodar na expectativa de que cabe somente aos governos federais e estaduais a hercúlea tarefa de promover eficiente enfrentamento, daí decorre a responsabilidade do município em preencher as brechas sociais ocupadas pelas organizações criminosas, desenvolvendo políticas públicas de promoção da cidadania, criar rede integrada de articulação com os diversos níveis de governo, como facilitador das ações de segurança pública nos limites do município, criar e/ ou fortalecer a Guarda civil Municipal, dotando-a de diretrizes por eixo de atuação, quer seja na proteção patrimonial, de praças e logradouros públicos, quer seja nas ações supletivas de segurança pública, em conformidade com a Constituição Federal, e ainda, na implementação de sistema de vigilância eletrônica com cobertura nos espaços vulneráveis e de aglomeração urbana.
      É notório que prevenir é melhor e mais barato do que reprimir e, ademais, segurança pública não se faz só com Polícia, por conseguinte, urge que o município devolva à população a sensação de segurança pública em áreas destinadas ao lazer e à recreação das famílias..



Eriosvaldo Renovato Dias – Delegado de Policia Federal (aposentado)

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