Nos
últimos vinte anos a sociedade brasileira vem experimentando um crescimento
exponencial da violência nos centros urbanos. Violência numa versão
contundente, que atinge em especial uma juventude ‘desesperançosa’ e com
rejeição social e, por vezes, familiar. Os números alertam e apontam para a
necessidade de desenvolvimento de políticas públicas direcionadas a esta faixa e
extrato da população com visíveis sinais de pobreza e desestruturação,
dando-lhes oportunidade de acesso a educação, cultura, lazer, trabalho e renda.
Não se
pode olvidar que essa violência a que me refiro, guarda estreito vínculo com as
drogas, dado que esta é o principal vetor daquela.
As
drogas, sobretudo o “Crack”, é uma das substâncias entorpecentes mais nocivas à
saúde humana e os nossos jovens estão morrendo todos os dias, estão morrendo em
tenra idade, estão matando, sequestrando, estuprando, roubando e praticando
todo tipo de atrocidade para adquirir a droga, por que não pagou a droga ou por
que estão usando a droga. O estado brasileiro através das forças policiais não
consegue conter um ingresso das drogas em nosso país, não consegue evitar que
as drogas alcance a grande massa de consumidores, que são as crianças, os
adolescentes e os jovens adultos. O Brasil é o maior consumidor de crack do
mundo e não podemos nos acomodar na expectativa de que cabe somente aos
governos federais e estaduais a hercúlea tarefa de promover eficiente
enfrentamento, daí decorre a responsabilidade do município em preencher as
brechas sociais ocupadas pelas organizações criminosas, desenvolvendo políticas
públicas de promoção da cidadania, criar rede integrada de articulação com os
diversos níveis de governo, como facilitador das ações de segurança pública nos
limites do município, criar e/ ou fortalecer a Guarda civil Municipal,
dotando-a de diretrizes por eixo de atuação, quer seja na proteção patrimonial,
de praças e logradouros públicos, quer seja nas ações supletivas de segurança
pública, em conformidade com a Constituição Federal, e ainda, na implementação
de sistema de vigilância eletrônica com cobertura nos espaços vulneráveis e de aglomeração
urbana.
É
notório que prevenir é melhor e mais barato do que reprimir e, ademais, segurança
pública não se faz só com Polícia, por conseguinte, urge que o município
devolva à população a sensação de segurança pública em áreas destinadas ao
lazer e à recreação das famílias..
Eriosvaldo Renovato Dias – Delegado de Policia
Federal (aposentado)
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