Como
um modelo mental ultrapassado, prejudica um negócio bilionário.
Certa vez quando
estagiava na ALERJ e tinha a oportunidade tomar contato com os jornais e
revistas que as editoras enviavam para os deputados cariocas e fluminenses, li
uma crônica do jornalista Sergio Cabral, pai do ex-Governador do estado do Rio
de Janeiro, o titulo era “CIDADE DO RIO DE JANEIRO, UMA MOÇA BONITA DO CORPO
DOENTE”. Isto nunca mais saiu da
minha mente. Depois de ler à crônica, meu olhar sobre o abismo que a Cidade
Maravilhosa promovia entre os que a visitam e aos que lá vivem, me invadia como
uma grande certeza. Realmente é algo brutal.
Certezas assim me tomam
frequentemente, depois de 20 anos vivendo na Costa do Descobrimento, atuando
nos setores público e privado, colaborando com entidades e fazendo o que eu
chamo de “minha ouvidoria pessoal”, estou diante de outra certeza: estamos
conduzindo mal o processo da atividade turística regional.
Por mais que cada um de
nós possa apontar o ponto central desta problemática, entendo que a questão é
outra: precisamos urgentemente mudar o modelo mental que nos referencia. Todos
estão de acordo quando afirmamos que a infraestrutura é precária, que a
capacitação empresarial está sem ações relevantes, que a qualificação da mão de
obra não é priorizada, que nossas entidades de classe estão enfraquecidas.
São muitos interesses
distintos. Como a comunicação está corroída, certamente as divergência e os
atropelos são enormes. Sem ajuda dos setores mais estruturados os outros
segmentos, nunca vão imaginar novos cenários, não conseguirão se encaixar de
maneira positiva na cadeia produtiva. Sendo assim, as distorções que tanto nos
atrapalham como destino turístico só vão se acentuar. Se fosse citar todos os
diagnósticos, precisaria de muitas linhas...
Ser empresário do setor
de turismo no Brasil nunca foi uma tarefa fácil. Até porque esta atividade
nunca foi considera relevante no planejamento nacional. Conduzir uma cidade
inteira que se sustenta desta atividade é uma tarefa quase impossível. O que fazer
então?
Temos como vocação o
turismo. Nossa indústria é a hoteleira. Somos um dos mais fantásticos destinos
turísticos do Brasil, com enorme visibilidade internacional. Somos invejados
por vivermos neste paraíso que é a Costa do descobrimento. Mas algo vai mal
neste Éden baiano... Eu diria que precisamos de uma boa dose do óbvio: precisamos
estar mais próximos. Só o exercício da comunicação, pode ajudar a mudar este
modelo mental ultrapassado. Não dá para fazer atividade turística de maneira
isolada, temos que mudar a mente e assumir um modelo de inclusão e colaboração.
Aqui estou eu com mais
um certeza: somos a população mais miscigenada do Brasil. É aqui que ocorre a
grande síntese da nação brasileira, do que é bom e ruim
nesta nação. Somos brancos,
índios, asiáticos, afro descendentes e estrangeiros de todos continentes do
mundo. Somos o “caldeirão” chamado Terra do Descobrimento, já que fomos o cenário
da “invenção do Brasil”, bem que poderíamos ser também inventores uma nova
maneira de pensar, quem sabe assim, nasce um novo Brasil.
Anderson Quaresma (Geléia)
é produtor associado do Grupo Axé Moi.
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