Antonella, já participei do candomblé, sou filho de Oxum, porém passei
por fofocas, intrigas e por isso larguei. Tenho o dom de jogar cartas ciganas,
mas noto que não consigo jogar para mim, então recorri a você depois de vagar
alguns anos em busca de resposta. Ando com alegria e desânimo ao mesmo tempo,
não tenho tantos amigos como antes, só vivo com meu parceiro e minhas 3
cadelas. Trabalho e vejo que não tenho nada, até minha casa eu vendi pra cuidar
de minha mãe, hoje vivo pagando aluguel. Sinto que tenho muita força, ideias e
palavras a serem ditas/escritas, mas por algum motivo não escrevo nem falo.
Gostaria de saber o que acontece comigo. (Jose, São Paulo)
A mudança é um movimento. Ela não
acontece de um dia para o outro, mas ela é inevitável. Pois viver é mudar. Não
há nada de permanente na vida.
Hoje duas forças se entrelaçaram
aqui: a terra e a água. O dois de ouros diz que um novo ciclo energético já foi
iniciado, mas é preciso soltar para que as verdadeiras mudanças aconteçam. A
energia emocional está estagnada. O Karma já foi equilibrado, uma casa foi
vendida, os ancestrais agradecem. Com a casa, no entanto, foi-se também a
segurança antiga, alguns sonhos tiveram que morrer. Como um eremita, José se
escondeu em sua caverna, com suas cadelas, com aquilo que é familiar e seguro,
pois o mundo de repente se tornou um lugar perigoso. Até a religião perdeu-se
na intriga. Mas agora o mundo está chamando novamente, ele precisa de José. O
chamado começa por dentro. Algo quer renascer.
Não é preciso fazer parte de uma
religião para ser religioso. Mas neste momento seria alegre voltar a
compartilhar a espiritualidade, trocar ideias, trabalhar espiritualmente em
grupo. Há uma nova compaixão, um perdão que não mais julga a ignorância alheia.
Como se trata da fase de mudanças, o coração quer se abrir. Cabe escutar com
atenção, despertar a emoção, explorar o mundo lá fora, pois há um novo caminho esperando
por José.
Ser filho de Oxum é um símbolo, é um
espaço sagrado, independente do candomblé. Oxum é entrar na mata, ir até a
cachoeira, purificar-se das dores passadas. Oxum é abundância. Por dentro. É
preciso gentilmente reconectar-se, voltar a movimentar a energia para que ela
possa levá-lo ao oceano. Durante o banho, abra-se diariamente para a força da
água. Mamãe Oxum quer falar com você.
A sereia da mudança está chamando o
marinheiro. Navegar é preciso. O mar da vida é perigoso, mas o marinheiro sabe
que é apenas navegando que ele pode descobrir seus tesouros. O coração quer se
abrir, o rio de palavras douradas dançando no papel quer fluir. A alegria quer
ser compartilhada como uma cascata. Ela começa aos pouquinhos. A nascente é uma
palavra, um gesto, uma busca. Movimentos inspirados pelo espírito. A missão
espiritual está chamando. Ela está cantando para José. Escrever, falar, dançar,
chorar, sorrir, amar, ter dinheiro...Fluir...É de Oxum. Navegar, marinheiro,
está na hora de navegar. Jogue o barco na água e deixe o coração guiar.
Escritora com seis livros publicados, sendo que "A Ciência da Paixão" (já em sua terceira edição) teve vários trechos citados no livro 11 Minutos de Paulo Coelho. Antonella trabalha também como intérprete e tradutora para monges do budismo tibetano, xamãs, coachs e terapeutas da área de desenvolvimento pessoal. Ela é coach, criadora e facilitadora de um trabalho chamado energy coaching com cartas de tarô, que envolve elementos da hipnoterapia, da PNL, das constelações sistêmicas e do xamanismo. Antonella responde a perguntas de leitores, oferece atendimentos pessoalmente e online.
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