Gostaria de iniciar esta coluna, registrando um
agradecimento a nossa editora Kassia Luana, em especial por sua determinação,
em mundo cada vez mais digital, conseguir manter uma publicação regional com a
qualidade do DezColado é realmente uma iniciativa, que merece
reconhecimento.
Enfim, vamos ao tema da nossa coluna, o acesso náutico de
Porto Seguro, podemos concordar que é complicado falar de atividade náutica em
Porto Seguro sem parecer redundante, tipo. Nossa! O colunista está falando do
obvio... Mas se é tão obvio, mas tão obvio, por que não temos uma marina? Por
que não contamos com um porto (por menor que fosse)? Por que, não temos mais
pontos de amarras? Sinceramente, eu não sei a resposta... Observem vocês, que
já tive a oportunidade de acompanhar, dois grupos internacionais que se
empenharam neste tema do acesso náutico de Porto Seguro, grupos empresariais
que já haviam manejado a implantação de marinas, em outras praias mundo afora,
mas em Porto Seguro, não obtiveram sucesso...
Será que a região, que foi “encontrada” pelos navegadores
portugueses do século XVI, não tinha nenhuma característica que favoreceria a
atividade náutica? Será que estes navegadores, que percorreram todos os oceanos
conhecidos pela humanidade, estavam errados?
Esta situação atual, do não aproveitamento desta via de
acesso, do “fechar de olhos” para uma possibilidade de geração de emprego e
renda tão obvia, me deixa com sensação de que estamos sendo desinteligentes...
Neste caso é como se estivéssemos abrindo mão de uma vocação, começamos assim,
a nação brasileira começa em Porto Seguro com a chegada da esquadra portuguesa
pelo mar, nossa vocação cultural inicial é a náutica!
Certamente, qualquer investimento requer estudos, mas no
caso de Porto Seguro como acesso náutico, muitos destes estudos já foram
contemplados, o próprio governo do estado, tempos atrás, através da SUINVESTE,
fez estudos de batimetria, atualizou cartas náuticas, fez o inventário da
oferta de pontos de amara, enfim, havia uma disposição para investir neste
segmento, o que houve, porque pararam?
Poderíamos preencher paginas e paginas, só descrendo as
vantagens de desenvolvermos o segmento náutico em Porto Seguro, mas o que mais
choca é que nunca foi, tão necessário desenvolver setores produtivos
sustentáveis como este, precisamos urgentemente de novos postos de trabalho, de
divulgação em segmentos diferenciados de outras vias de acesso que não sejam o
aeroporto é a estrada, mas absurdamente “vamos morrendo na praia”.
O Brasil possui artistas geniais, mas tem um que
particularmente me encanta, o Alagoano Djavan Viana, em uma das suas canções
ele diz: “Sabe lá, o que é morrer de
sede em frente ao mar”...
Anderson Quaresma (Geleia) é produtor associado do Grupo Axé Moi.
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